Aos 13 anos, Simone engravidou da primeira filha. Desde então, teria se afastado da família. "Ele sempre mantendo ela longe sem muito contato com a gente", disse.
Segundo a irmã, a família tinha tão pouco contato com Simone que ela, por exemplo, só conheceu as sobrinhas no velório da vítima. Ela contou que a irmã morava em Mato Grosso do Sul havia cerca de 4 anos.
Como o ex a privava de tudo, a família, para que não fizesse o casal discutir, tentava não se intrometer na vida de Simone.
"Sofreu calada"
Conforme a irmã, Simone era muito trabalhadora e não queria deixar o patrão na mão.
O plano de ir embora só foi descoberto pela irmã através de uma madrinha, no dia do velório de Simone. "Ela tinha responsabilidade e não queria sair sem entregar o lote, por isso não veio antes".
Descrita como mulher incrível, que amava muito as filhas, Simone nunca havia relatado qualquer tipo de agressão aos familiares.
"Nunca falou para gente que era agredida. Sofreu calada por todos esses anos até porque fez tudo isso para proteger as filhas, depois de tantas, ela resolveu pedir a separação e foi brutalmente assassinada", lamentou a irmã.
Perseguição, ameaças, difamação
15 dias antes de ser morta com um tiro na cabeça, Simone relatou medo de que as atitudes do autor tomassem proporções maiores.
No dia 25 de outubro, ela procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra o ex-marido, onde relatou que após a separação, o autor passou a persegui-la. Conforme o relato de Simone, o fim do relacionamento ocorreu por ciúmes excessivo do ex-marido.
O feminicídio
O pai de Simone a encontrou morta, na frente de uma das granjas onde ela trabalhava, em Itaporã.
Já o suspeito fugiu após o crime em um carro modelo Corsa Classic, de cor prata.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a proprietária da granja acionou a Polícia Civil por volta das 9h30. Então, relatou que o suspeito matou Simone e fugiu.
Logo, os policiais e a Perícia Técnica foram para o local. Lá as testemunhas contaram que o ex-marido, em posse de um revólver calibre 38, foi até a casa onde Simone estava trabalhando.
Assim, efetuou os disparos contra a cabeça da ex-mulher. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Atualmente, o suspeito trabalhava e morava na granja, bem como a ex-esposa, mas residiam em casas separadas.
Após o crime, o ex-marido segue foragido e o caso é investigado como feminicídio e descumprimento de decisão judicial, que defere medidas protetivas de urgência previstas na lei pela Delegacia de Polícia Civil de Itaporã.