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A corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, encontrou na corrida uma forma de superar o luto pela filha caçula, Geovanna, que morreu aos quatro anos vítima de um câncer. Durante sete anos, ela transformou a dor em força, até que, neste sábado (15), Danielle foi atropelada por um estudante de medicina, de 23 anos, bêbado enquanto treinava na MS-010, em Campo Grande.
A paixão pela corrida surgiu em 2018, dois anos após perder a filha. Em um relato ao Primeira Página no ano passado, Danielle contou que passou meses sem encontrar motivos para seguir em frente.
Foram dois anos de tristeza profunda, até que um amigo a convenceu a participar de uma prova de 5 km. O esporte se tornou seu refúgio e, com o tempo, ela passou a competir regularmente.
Além de Geovanna, Danielle era mãe de Giullia, de 18 anos, e Melina, de cinco.
No momento do acidente, Danielle treinava para realizar um grande sonho: sua primeira maratona, que aconteceria em Porto Alegre nos próximos meses.
O grupo de cerca de 20 corredores fazia um "longão" quando o motorista desgovernado surgiu fazendo zigue-zague na pista e a atropelou.
O condutor foi preso em flagrante no local. Testemunhas relataram que ele estava visivelmente embriagado, com forte odor etílico, uma pulseira de festa no braço e latas de cerveja no carro.
Uma socorrista que participava do treino tentou reanimar a corredora antes da chegada do Corpo de Bombeiros, que realizou manobras por cerca de uma hora, mas a corredora não resistiu.
A investigação do caso segue em andamento, e o motorista deve responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor sob efeito de álcool.
Fonte: Primeira Página