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Projeto

Por mais proteção às mulheres, Soraya propõe separar feminicídio de outros assassinatos

Senadora se inspirou em projeto do ex-deputado FĂĄbio Trad


Reprodução

Senadora Soraya Thronicke (Podemos) apresentou projeto de lei que coloca o feminicĂ­dio como crime autônomo, em separado dos demais tipos de assassinatos no PaĂ­s.

Trata-se do PL 1548/23, que confere nova redação ao crime de feminicĂ­dio e passa o considerar com tipo penal autônomo. Na justificativa do projeto, Soraya explica que o texto é muito semelhante ao apresentado pelo então deputado federal FĂĄbio Trad (PSD), em 2020.

A parlamentar destacou que o crime de feminicĂ­dio foi inserido no Código Penal Brasileiro em março de 2015. No entanto, ele estĂĄ incluso como qualificador do artigo 121 e não em um capĂ­tulo autônomo.

O PL de FĂĄbio Trad, inspiração para a senadora, destaca ações de diversas ativistas que ajudaram – ao longo das Ășltimas décadas - a formatar uma linha de pensamento na luta contra a violĂȘncia de gĂȘnero. Uma delas é Diana Russel, que criou o termo feminicĂ­dio em 1976.

Sobre o projeto, o ex-deputado refletiu que ""a evolução legislativa não deve estagnar-se. Não hĂĄ razão para que o feminicĂ­dio seja, atualmente, uma qualificadora do homicĂ­dio dada a alta relevância internacional dessa temĂĄtica"".

Em outro trecho, o autor do PL citou os crimes de aborto e infanticĂ­dio como tipos penais independentes, mesmo que - na essĂȘncia - seriam homicĂ­dios em circunstâncias especĂ­ficas.

''Isso, porquĂȘ o legislador reputou importante, a seu tempo, tĂȘ-los como normas incriminadoras penais distintas'', refletiu o parlamentar. Ele completou dizendo que no Chile o feminicĂ­dio tem tipo penal autônomo do homicĂ­dio e na Espanha também.

''Portanto, o feminicĂ­dio precisa ampliar sua visibilidade, para tanto, deve ser tipo penal independente, o que contribuiria, inclusive, para o método de julgamento em perspectiva de gĂȘnero''.

Soraya refletiu e comentou que a tipificação do feminicĂ­dio em capĂ­tulo penal próprio encontra amparo na sociedade civil, como o Fórum Nacional de JuĂ­zos e JuĂ­zes de ViolĂȘncia Doméstica e Familiar contra a mulher (Fonavid) e pela opinião técnica e social do antigo Ministério da Mulher, da FamĂ­lia e dos Direitos Humanos [atual Ministério das Mulheres], que assim se manifestou:

''(...) em paĂ­ses nos quais o feminĂ­cidio não é um crime especĂ­fico, isso pode levar a uma classificação incorreta – isto é, tratar o feminicĂ­dio como crime comum, o que pode anular completamente o componente de gĂȘnero feminino do crime e levar a punições mais brandas. Além disso, classificar como um crime especĂ­fico tem um efeito preventivo geral significativo''.

O Projeto de Soraya estĂĄ – desde dezembro de 2024 - na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, aguardando relatoria.

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