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As primeiras beneficiadas pelo Projeto Recomeçar, uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS) que oferece cirurgias plásticas reparadoras gratuitas a mulheres vítimas de violência, devem passar por procedimentos nesta sexta-feira (14).
A iniciativa é realizada por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, em parceria com a Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (IDEAH/SBCP). As cirurgias são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto nasceu em 2023, e abrange mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar, com o objetivo de devolver não apenas a aparência, mas também a autoestima e a dignidade dessas vítimas.
A seleção das beneficiadas foi conduzida com critérios rigorosos. O primeiro passo foi o levantamento coordenado pela desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, que solicitou a colaboração de magistrados de todo o Estado a fim de identificar, nos processos de violência doméstica e familiar, vítimas com sequelas físicas.
Dentre as 50 mulheres inicialmente contatadas, algumas decidiram não participar, outras aceitaram integrar o projeto. Foi realizada triagem minuciosa pela equipe da Coordenadoria da Mulher, com suporte psicológico e assistencial para garantir o bem-estar emocional das vítimas durante todo o processo.
As cirurgias reparadoras serão feitas com o apoio de cirurgiões plásticos que realizam trabalho voluntário.
Eles analisaram os casos, e quatro mulheres foram selecionadas inicialmente para serem submetidas aos procedimentos.
Dentre eles, estão correção de cicatrizes, implantes e transplante de couro cabeludo.
Além delas, outra paciente necessitou de uma cirurgia ortopédica, que realizada com êxito no dia 21 de fevereiro deste ano. Posteriormente, ela também passará por uma cirurgia plástica reparadora.
"Para viabilizar essa ação, o Projeto Recomeçar contou com o apoio dos municípios de Campo Grande, Jardim, Maracaju, Mundo Novo e Dois Irmãos do Buriti, que forneceram suporte logístico e auxiliaram na realização de exames pré-cirúrgicos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também teve papel fundamental, oferecendo estrutura hospitalar e os materiais necessários para a realização dos procedimentos", destaca nota do TJMS.
"O Projeto Recomeçar vai além da recuperação física. Ele representa um renascimento para mulheres que tiveram seus corpos e suas confianças marcados pela violência de gênero", finaliza o órgão.
Fonte: Correio do Estado