Oficialmente, apenas a assessoria de imprensa do legislativo estadual, informou que a questão tem sido examinada pela repartição jurídica da Casa. Depois do estudo, afirmou a assessoria, é que o comando da Assembleia Legislativa deva se pronunciar. Antes disso, a reportagem aguarda o resultado da pesquisa e o manifesto da assessoria.
Um dos parlamentares da Assembleia [24 ocupam mandatos], na condição do anonimato, revelou ao Correio do Estado, que tal apuração do setor jurídico deva "orientar" pela saída de Neno Razuk da Comissão de Ética.
"Seria uma incoerĂȘncia mantĂȘ-lo conduzindo um colegiado que só existe para apurar a conduta, boa ou mĂĄ dos parlamentares. Creio que esta decisão teria de ser tomada, e, logo, bem rĂĄpida", afirmou o deputado.
Para o parlamentar, a investigação que cerca Neno Razuk é "séria e o legislativo precisa respeitar isso". Disse ainda que, ao menos durante as investigações o deputado deva ficar afastado da Comissão de Ética. Caso provado a inocĂȘncia dele que retome a presidĂȘncia do colegiado, assim deve ser o procedimento correto".
A INVESTIGAÇÃO
Dois meses atrĂĄs, em 29 de dezembro do ano passado, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou o deputado estadual Neno Razuk, do PL e outras dez pessoas, incluindo assessores do parlamentar, por suposta ligação com a organização criminosa associada ao jogo do bicho.
Em trecho da denúncia preparada pelo Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, braço do MPMS, é dito que:
"A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, naturalmente fomenta a prĂĄtica de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade, como visto em episódios semelhantes ocorridos em todo o território nacional".
Nota-se que é grave a encrenca a que se meteu o parlamentar. Pessoas ligadas a ele foram descobertas a partir de uma queda de braço envolvendo o interesse do deputado na jogatina.
Diz ainda a denúncia, que empregados de Neno, armados, teriam avançado sobre grupo adversĂĄrio e tomado-lhe dinheiro na rua, de dia, que era arrecacadado com o jogo e e também o ameaçado.
Daí, teria se instalado uma guerra pela contravenção.
Neno Razuk, desde a denuncia do MPMS nega com veemĂȘncia envolvimento no caso..